João Neto: Os olhos do meu avô 735o2h

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Chegamos logo cedinho, quem nos atendeu foi o senhor Quinzinho, uma figura conhecida aqui pelas bandas da Jacutinga... No alto dos seus oitenta e tantos anos, baixa estatura, vestindo camisa envelhecida de algodão cinza e um chapéu de feltro, surrado, tipo homburg... Com seu sotaque amineirado informou, educadamente, que a luz piscava sem parar.

Bastaram cinco minutos, e pronto, resolvemos seu problema de conexão... Ao despedirmos senhor Quinzinho nos ofereceu uma xícara de café... Com a voz mansa agradeceu, o que só os humildes desejam:
- Voltem com Deus!
E voltamos...

A mansidão daquele mineirinho refletiu a imagem do meu avô Zico... Ele também falava calmo e comado, além de vestir a mesma camisa cinza e chapéu de feltro... Vô Zico, do qual herdei o nome de batismo, era homem de poucas palavras e muitos exemplos.

Foram poucas as casas de Santa Cruz do Rio Pardo as quais não receberam, ao menos, uma batida do martelo do Vô Zico.
 
Madeirou, ripou, pregou e flutuou pelos telhados da cidade. Com os mesmos oitenta e tantos anos de Quinzinho, Vô Zico, feito um alpinista, ainda escalava os telhados deste céu.

ou pela vida docemente... E mesmo diante de profissão tão penosa, jamais lamentou, apenas agradeceu a Deus, exatamente como agradecem os justos de coração... Recebeu em troca mais de cem primaveras!

Tive que escrever isto, simplesmente para relatar que enxerguei na doçura do olhar do senhor Quinzinho, os olhos do meu avô!

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